sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Situação de aprendizagem 4 - Imaginação republicano



Considerado um dos maiores expoentes da pintura brasileira do início do século XX, Benedito Calixto de Jesus nasceu em 14 de outubro de 1853, no município de Itanhaém, litoral sul de São Paulo. Calixto é o que se pode chamar de um talento nato. Autodidata, começa seus primeiros esboços ainda criança, aos 8 anos. Aos 16 anos muda-se para Santos onde tem um começo de vida difícil, chegando a pintar muros e placas de propaganda para sobreviver.

Fez sua primeira exposição em 1881 no salão do jornal Correio Paulistano, em São Paulo, não tendo conseguido vender nenhum trabalho, mas obteve apreciação favorável da crítica.
Em 1882 a sorte bate em sua porta. É convidado a realizar trabalhos de entalhe e pintura na parte interna do Teatro Guarany, em Santos, o que lhe rendeu homenagens e uma bolsa de estudos, custeada por Nicolau de Campos Vergueiro, o Visconde de Vergueiro, para se aprimorar em Paris, onde fica por quase um ano e frequenta o ateliê do mestre Rafaelli e a Academia Julian. Na Europa realiza várias exposições de sucesso. Em 1884, de volta à Santos traz na bagagem um equipamento fotográfico e torna-se pioneiro, no Brasil, em pintar a partir de fotografias.
Nos anos de 1886 e 87, respectivamente, nascem seus filhos Sizenando e Pedrina. Em 1890 muda-se para São Paulo. Sete anos depois volta para o litoral e vai morar em uma casa construída por ele mesmo, em São Vicente. Produz obras importantes para vários museus, entre eles o do Ipiranga, em São Paulo, para inúmeras igrejas em todo o país, para associações, fundações, instituições, a exemplo da "Bolsa Oficial do Café", em Santos, onde uma de suas principais obras "A Fundação de Santos" ocupa uma parede inteira do salão principal, além de outras duas que também têm como tema o município de Santos e o vitral do teto com alegoria para os Bandeirantes.
Durante toda a sua trajetória produziu aproximadamente 700 obras, das quais 500 são catalogadas. Pintou marinhas, retratos, paisagens rurais, urbanas e obras religiosas. Estas últimas lhe renderam a Comenda de São Silvestre, outorgada pelo Papa Pio XI, em 1924.
Além da pintura se revelou como historiador, escritor e fotógrafo.
Faleceu de infarto, no dia 31 de maio de 1927, em São Paulo, na casa de seu filho Sizenando, para onde tinha ido com a intenção de comprar material para terminar duas telas para a Catedral de Santos. Foi enterrado no cemitério do Paquetá, em jazida perpétua doado pela Prefeitura Municipal de Santos. Suas duas últimas obras são intituladas "Noé" e "Melchisedech".
Homenageado na Capital de São Paulo, com a Praça Benedito Calixto.

Situação de aprendizagem 3 - Abolição e imigração




O fim da escravatura começou quando, em 1850, o parlamento aprovou a lei Eusébio de Queiroz que encerrou de vez o tráfico de escravos para o Brasil.
Desde 1808, que os ingleses não mais traficavam escravos para suas colônias. Em seguida, chegou a vez de eles pressionarem o governo brasileiro para que ele também acabasse com o tráfico. Mas por que os ingleses queriam tanto o fim do tráfico negreiro da África para o Brasil? Vários motivos podem ser apontados e nós já vimos alguns deles: o imperialismo inglês que naquela época estava fundando várias colônias na África e não queriam que a mão-de-obra africana fosse embora para o Brasil; eles acreditavam que com o fim da escravidão o trabalho aos poucos iria sendo substituído pelo trabalho livre, o que acarretaria a ampliação do mercado consumidor.
Em 1844 foi criada no Brasil, a Tarifa Alves Branco:maiores impostos alfandegários(isso tem relação com o processo de industrialização promovido por Mauá). Maiores taxas, menores importações. Os ingleses ficaram ofendidos com essa medida do governo brasileiro e deram o troco, criaram em 1845 o Bill Aberdeen, que era uma lei que determinava que agora os navios de guerra ingleses atacariam todos os barcos negreiros que encontrassem no meio do oceano. Ou seja o tráfico deveria acabar de um jeito ou de outro, afinal os ingleses eram donos da maior marinha do mundo. A ousadia dos ingleses foi tamanha que eles não hesitaram em trocar tiros com o forte Panaraguá(que fica no Paraná).
O Brasil não tinha interesse em perder o apoio de Londres e por causa disso criou em 1850 a Lei Eusébio de Queiroz.
Os fazendeiros brasileiros teriam que se contentar com os escravos que já existiam por aqui, com isso teve início o tráfico interprovincial: os escravos do Nordeste eram vendidos para as áreas cafeicultoras do Sudeste. 
Mas a mão-de-obra escrava não era suficiente para abastecer as fazendas de café, só havia uma solução: trazer imigrantes!-Como você pôde perceber a escravidão estava com seus dias contados.
A emigração estrangeira:
Emigrantes não eram novidade no Brasil, desde o tempo de D. Pedro I, por sugestão de José Bonifácio, colonos alemães se instalaram no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, a partir de 1870 chegaram também muitos italianos. Esses imigrantes italianos e alemães ganharam pedaços de terra e se tornaram pequenos e médios fazendeiros. No sul, foi a única área do Brasil em que ocorreu uma razoável distribuição de terras, o resultado é que ainda hoje essas áreas, mantêm um padrão de vida melhor que a média brasileira.
Parceria e Colonato: Trabalho sim, terra não.
Quando os primeiros imigrantes alemães e suíços foram empregados nas fazendas de café eles pareciam uma boa solução para resolver o problema da mão-de-obra. Porém, uma questão preocupava os fazendeiros brasileiros: em um país com tanta terra disponível como manter os trabalhadores livres no trabalho das fazendas? Eles poderiam abandonar o emprego para fazer o próprio sítio em terras inexploradas.
Inicialmente os fazendeiros adotaram o sistema de parceria. O fazendeiro cedia um pedaço de terra para o imigrante cuidar do café. Depois, dividiam os resultados líquidos da venda. O problema era que os parceiros já chegavam na fazenda devendo dinheiro para o fazendeiro: a passagem de navio, a comida (adquirida a preços bem altos no armazém da fazenda), o barracão onde moravam, as ferramentas, o aluguel das casas. Eles só não pagavam pelo ar que respiravam....
Na hora de receber os ganhos da venda de café os parceiros eram descontados. Além disso, o fazendeiro sempre vinha com uma série de contas esquisitas que sempre o beneficiava. No fim sobrava muito pouco para o imigrante, era quase como trabalhar de graça. Essa situação acabou gerando revolta em algumas fazendas. Tanto que o governo da Prússia passou a proibir a vinda de imigrantes alemães para o Brasil. Em 1860 o sistema de parceria já não era quase mais adotado. 
Em 1871 o governo paulista chegou a conclusão que precisava financiar a vinda dos imigrantes(isso era um belo incentivo porque os trabalhadores não chegavam endividados com os fazendeiros). Folhetos eram distribuídos em vários idiomas e espalhados pela Europa: descreviam o Brasil como um paraíso. A propaganda deu certo e em 1885 entraram cerca de 5 mil italianos em São Paulo, três anos depois chegaram mais 80 mil. Agora havia um novo sistema de trabalho nas fazendas: o colonato.
Segundo esse sistema as famílias de imigrantes recebiam parte do cafezal para cuidar, uma das vantagens era que os pés de café eram de boa qualidade e de alta produtividade, ao contrário dos tempos da parceria. O pagamento vinha em duas partes: a primeira, uma quantidade anual, fixa, uma espécie de salário para cuidar do cafezal. Isso garantia que mesmo que a produção fosse destruída por praga, geada ou seca o trabalhador iria receber. A segunda parte era o pagamento pelo resultado da tarefa, ou seja pela quantidade de café colhido. Ao contrário da parceria onde havia divisão dos lucros(ou prejuízos), no colonato o fazendeiro pagava pelo café entregue pronto.
Além disso, o colonato garantia que o trabalhador tivesse outras fontes de sobrevivência. Ele poderia plantar alimentos ou criar porcos e galinhas para garantir a subsistência e uma pequena fonte de renda.
Abolição: defensores e opositores
Por volta de 1875, o café representava 61% do valor total das exportações brasileiras. Os cafezais do Vale do Paraíba apesar de apresentar sinais de esgotamento ainda sustentavam a riqueza dos seus proprietários e concentravam a maior parte dos escravos do país. Os cafeicultores do Rio de Janeiro, Minas Gerais e parte de São Paulo, grandes defensores da escravidão argumentavam que ela era um mal necessário e que seu fim traria a ruína econômica e a desordem do país.
No Norte e Nordeste a situação era outra. Com a queda das exportações do açúcar e do algodão, os fazendeiros venderam parte de seus escravos para o sudeste. Uma grande seca em 1877 e em 1880 agravou as dificuldades. Com poucos cativos, os fazendeiros do Norte e Nordeste acabaram por liberar seus escravos antes do governo imperial.A intensificação da campanha abolicionista levou os cafeicultores a aceitarem o fim gradual da escravidão e com indenização aos proprietários. Este foi o sentido da Lei do Ventre Livre de 1871. Ela estabelecia a liberdade aos filhos recém-nascidos de escravas, os quais ficariam com as mães até os oito anos; depois seu dono optava por liberta-lo(mediante indenização) ou podia utilizar seus serviços até os 21 anos. Na prática, a lei nada mudava, da mesma forma que a lei dos Sexagenários, de 1885, que libertava os escravos maiores de 65 anos, ela pouco significou, pois eram raros os escravos que chegavam a essa idade.
Os abolicionistas continuaram defendendo sua causa por meio de jornais, comícios, reuniões públicas, agremiações e livros. Entre seus principais expoentes estão José do Patrocínio, Luís Gama,Rui Barbosa, André Rebouças, Castro Alves e Joaquim Nabuco. Jovens abolicionistas de São Paulo organizavam fugas de escravos dando-lhes proteção e esconderijo seguro.
Em 1888 quando foi assinada a Lei Áurea que extinguia a escravidão só restavam 700 mil escravos no país, cerca de 4% de uma população total de 15 milhões de pessoas.
A abolição foi um dos principais fatores da queda da monarquia, sentindo-se prejudicados os cafeicultores escravistas se voltaram contra o governo imperial, que foi derrubado no ano seguinte.

Situação de aprendizagem 2 - A Guerra Civil



Uma guerra civil ou guerra interna é uma guerra entre grupos organizados dentro do mesmo estado-nação ou república, ou, mais raramente, entre dois países criados a partir de um Estado-nação que antes era unido. O objetivo, de um lado, pode ser o de assumir o controle do país ou uma região, para conseguir a sua independência, ou para mudar as políticas do governo. O termo é um calque do latim bellum civile que foi usado para se referir às váriasguerras civis da República Romana, no século 1 a.C.
Uma guerra civil é um conflito de alta intensidade, muitas vezes envolvendo forças armadas regulares, que é sustentado, organizado e de grande escala. Guerras civis podem resultar em um grande número de vítimas e no consumo de recursos significativos.
As guerras civis desde o fim da Segunda Guerra Mundial duraram, em média, pouco mais de quatro anos, um aumento dramático da um ano e meio na média do período 1900-1944. Enquanto a taxa de surgimento de novas guerras civis tem sido relativamente constante desde meados do século XIX, o crescente comprimento das guerras resultou em aumento do número de conflitos em curso a qualquer momento. Por exemplo, não havia mais de cinco guerras civis em andamento, simultaneamente, na primeira metade do século XX, enquanto mais de 20 guerras civis simultâneas estavam ocorrendo no final da Guerra fria, antes de que uma diminuição significativa com os conflitos fortemente associados à rivalidade entre as superpotências chegasse ao fim. Desde 1945, as guerras civis resultaram na morte de mais de 25 milhões de pessoas, bem como na migração forçada de milhões. As guerras civis ainda resultaram em mais colapso econômico. Birmânia, Uganda e Angola são exemplos de nações que foram consideradas como tendo futuro promissor, antes de se envolverem em guerras civis.

APOSTILA 4 . . Situação de aprendizagem 1 - A expansão para o oeste e a doutrina do destino manifesto



Destino Manifesto é o pensamento que expressa a crença de que o povo dos Estados Unidos é eleito por Deus para comandar o mundo, e por isso o expansionismo americano é apenas o cumprimento da vontade Divina. Os defensores do Destino Manifesto acreditavam que os povos da América Latina e Andina deveriam ser seus escravos, pois estavam no mesmo continente e, por a maioria dos países latino-americanos ser subdesenvolvida, desenvolveram o chamado: "Be strong while having slaves", frase de propaganda política do século XIX que usava sua cultura para que pessoas de outros países achassem que os Estados Unidos eram o melhor país do mundo, virando essas pessoas até contra seus países de origem. O Destino Manifesto se tornou um termo histórico padrão, frequentemente usado como um sinônimo para a expansão territorial dos Estados Unidos pelo Norte da América e pelo Oceano Pacífico.
As doutrinas do Destino Manifesto foram usadas explicitamente pelo governo e pela mídia norte-americana durante a década de 1840, até a compra de Gadsden , como justificativa do expansionismo norte-americano na América do Norte. O uso formal destas doutrinas deixou de ser utilizado oficialmente desde a década de 1850 até o final da década de 1880, quando foi então revivido, e passou a ser usado novamente por políticos norte-americanos como uma justificativa para o expansionismo norte-americano fora da América. Após isto, o uso da ideologia do Destino Manifesto deixou de ser empregado explicitamente pela mídia e por políticos em geral, embora alguns especialistas acreditem que certas doutrinas do Destino Manifesto tenham, desde então, influenciado muito as ideologias e as doutrinas imperialistas norte-americanas até os dias atuais.
O presidente James Buchanan, no discurso de sua posse em 1857 deixou bem claro a determinação do domínio norte-americano:
  • "A expansão dos Estados Unidos sobre o continente americano, desde o Ártico até a América do Sul, é o destino de nossa raça (...) e nada pode detê-la".

Situação de aprendizagem 4 - Socialismo, comunismo e anarquismo





CAPITALISMO tem seu início na Europa. Suas características aparecem desde a baixa idade média (do século XI ao XV) com a transferência do centro da vida econômica social e política dos feudos para a cidade. O feudalismo passava por uma grave crise decorrente da catástrofe demográfica causada pela Peste Negra que dizimou 40% da população européia e pela fome que assolava o povo. Já com o comércio reativado pelas Cruzadas(do século XI ao XII), a Europa passou por um intenso desenvolvimento urbano e comercial e, conseqüentemente, as relações de produção capitalistas se multiplicaram, minando as bases do feudalismo. Na Idade Moderna, os reis expandem seu poderio econômico e político através do mercantilismo e do absolutismo. Dentre os defensores deste temos os filósofos Jean Bodin("os reis tinham o direito de impor leis aos súditos sem o consentimento deles"), Jacques Bossuet ("o rei está no trono por vontade de Deus") e Niccòlo Machiavelli("a unidade política é fundamental para a grandeza de uma nação"). 

Com o absolutismo e com o mercantilismo o Estado passava a controlar a economia e a buscar colônias para adquirir metais(metalismo) através da exploração. Isso para garantir o enriquecimento da metrópole. Esse enriquecimento favorece a burguesia - classe que detém os meios de produção - que passa a contestar o poder do rei, resultando na crise do sistema absolutista. E com as revoluções burguesas, como a Revolução Francesa e a Revolução Inglesa, estava garantido o triunfo do capitalismo. 

A partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, inicia-se um processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de lucro e acúmulo de capital. Na Europa Ocidental, a burguesia assume o controle econômico e político. As sociedades vão superando os tradicionais critérios da aristocracia (principalmente a do privilégio de nascimento) e a força do capital se impõe. Surgem as primeiras teorias econômicas: a fisiocracia e o liberalismo. Na Inglaterra, o escocês Adam Smith (1723-1790), percursor do liberalismo econômico, publica Uma Investigação sobre Naturezas e Causas da Riqueza das Nações, em que defende a livre-iniciativa e a não-interferência do Estado na economia. 

Deste ponto, para a atual realidade econômica, pequenas mudanças estruturais ocorreram em nosso fúnebre sistema capitalista. 


SOCIALISMO - A História das Idéias Socialistas possui alguns cortes de importância. O primeiro deles é entre os socialistas Utópicos e os socialistas Científicos, marcado pela introdução das idéias de Marx e Engels no universo das propostas de construção da nova sociedade. O avanço das idéias marxistas consegue dar maior homogeneidade ao movimento socialista internacional.

Pela primeira vez, trabalhadores de países diferentes, quando pensavam em socialismo, estavam pensando numa mesma sociedade - aquela preconizada por Marx - e numa mesma maneira de chegar ao poder. 


COMUNISMO - As idéias básicas de Karl Marx estão expressas principalmente no livro O Capital e n'O Manifesto Comunista, obra que escreveu com Friedrich Engels, economista alemão. Marx acreditava que a única forma de alcançar uma sociedade feliz e harmoniosa seria com os trabalhadores no poder. Em parte, suas idéias eram uma reação às duras condições de vida dos trabalhadores no século XIX, na França, na Inglaterra e na Alemanha. Os trabalhadores das fábricas e das minas eram mal pagos e tinham de trabalhar muitas horas sob condições desumanas. 

Marx estava convencido que a vitória do comunismo era inevitável. Afirmava que a história segue certas leis imutáveis, à medida que avança de um estágio a outro. Cada estágio caracteriza-se por lutas que conduzem a um estágio superior de desenvolvimento. O comunismo, segundo Marx, é o último e mais alto estágio de desenvolvimento. 

Para Marx, a chave para a compreensão dos estágios do desenvolvimento é a relação entre as diferentes classes de indivíduos na produção de bens. Afirmava que o dono da riqueza é a classe dirigente porque usa o poder econômico e político para impor sua vontade ao povo. Para ele, a luta de classes é o meio pelo qual a história progride. Marx achava que a classe dirigente jamais iria abrir mão do poder por livre e espontânea vontade e que, assim, a luta e a violência eram inevitáveis. 


ANARQUISMO foi a proposta revolucionária internacional mais importante do mundo durante a segunda metade do século XIX e início do século XX, quando foi substituído pelo marxismo (comunismo). Em suma, o anarquismo prega o fim do Estado e de toda e qualquer forma de governo, que seriam as causas da existência dos males sociais, que devem ser substituídos por uma sociedade em que os homens são livres, sem leis, polícia, tribunais ou forças armadas. A sociedade anarquista seria organizada de acordo com a necessidade das comunidades, cujas relações seriam voltadas ao auto-abastecimento sem fins lucrativos e à base de trocas. A doutrina, que teve em Bakunin seu grande expoente teórico, organizou-se primeiramente na Rússia, expandindo-se depois para o resto da Europa e também para os Estados Unidos. O auge de sua propagação deu-se no final do século XIX, quando agregou-se ao movimento sindical, dando origem ao anarco-sindicalismo, que pregava que os sindicatos eram os verdadeiros agentes das transformações sociais. Com o surgimento do marxismo, entretanto, uma proposta revolucionária mais adequada ao quadro social vigente no século XX, o anarquismo entrou em decadência. Sem, contudo, deixar de ter tido sua importância histórica, como no episódio em que os anarquistas italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti foram executados por assassinato em 1921, nos EUA, mesmo com as inúmeras evidências e testemunhos que provavam sua inocência.

Situação de aprendizagem 3 - centralização e fragmentação: processos de independência e formação territorial na américa latina



Guerra da Independência dos Estados Unidos da América, também conhecida como Guerra da Revolução Americana ou aindaRevolução Americana de 1776, teve suas raízes na assinatura do Tratado de Paris, que, em 1763, finalizou a Guerra dos Sete Anos. Ao final do conflito, o território do Canadá foi incorporado pela Inglaterra. Neste contexto, as treze colônias representadas por Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, New Hampshire, Nova Jersey, Nova York, Pensilvânia, Delaware, Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia começaram a ter seguidos e crescentes conflitos com a metrópole inglesa, pois, devido aos enormes gastos com a guerra, a metrópole aumentou a exploração sobre essas áreas. Constituiu-se em batalhas desfechadas contra o domínio inglês. Movimento de ampla base popular, teve como principal motor a burguesia colonial e levou à proclamação, no dia 4 de julho de 1776, da independência das Treze Colônias - os Estados Unidos da América, primeiro país dotado de uma constituição política escrita.
As ações militares entre ingleses e os colonos americanos começam em março de 1775. No decorrer do conflito , os representantes das colônias reuniram-se no segundo Congresso de Filadélfia e Thomas Jefferson, democrata de idéias avançadas, redigiu a Declaração da Independência dos Estados Unidos da América, promulgada em 4 de julho de 1776, dando um passo irreversível. Procede-se também à constituição de um exército, cujo comando é confiado ao fazendeiro George Washington.
Os ingleses, lutando a 5.500 km de casa, enfrentaram problemas de carência de provisões, comando desunido, comunicação lenta, população hostil e falta de experiência em combater táticas de guerrilha. A Aliança Francesa  mudou a natureza da guerra, apesar de ter dado uma ajuda apenas modesta; a Inglaterra, a partir de então, passou a se concentrar nas disputas por territórios na Europa e nas Índias Ocidentais e Orientais.
Os colonos tinham força de vontade, mas interesses divergentes e falta de organização. Das colônias do sul, só a Virgínia agia com decisão. Os britânicos do Canadá permaneceram fiéis ao Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. Os voluntários do exército, alistados por um ano, volta e meia abandonavam a luta para cuidar de seus afazeres. Os oficiais, geralmente estrangeiros, não estavam envolvidos no conflito.
O curso da guerra pode ser dividido em duas fases a partir de 1778. A primeira fase, ao norte, assistiu à captura de Nova York pelos ingleses (1776), além da campanha no vale do rio Hudson para isolar a Nova Inglaterra, que culminou na derrota em Saratoga (1777), e a captura de Filadélfia (1777), depois da vitória na batalha de Brandywine.
A segunda fase desviou as atenções britânicas para o sul, onde grande número de legalistas podiam ser recrutados. Filadélfia foi abandonada (1778) e Washington acampou em West Point a fim de ameaçar os quartéis-generais britânicos em Nova York. Após a captura de Charleston (1780) por Clinton, Cornwallis perseguiu em vão o exército do sul, sob a liderança de Green, antes de seu próprio exército, exaurido, render-se em Yorktown, Virgínia (outubro de 1781), terminando efetivamente com as hostilidades. A paz e a independência do novo país (constituído pelas treze colónias da costa atlântica) foi reconhecida pelo Tratado de Paris de 1783.
Apesar das frequentes vitórias, os ingleses não destruíram os exércitos de Washington ou de Green e não conseguiram quebrar a resistência norte-americana.
Mais tarde, em 1812 e 1815, ocorreu uma nova guerra entre os Estados Unidos e a Inglaterra. Essa guerra consolidou a independência norte-americana..

APOSTILA 3 . . Situação de aprendizagem 1 - O Império Napoleônico

Enquanto no Brasil germinavam as sementes da Independência, na França florescia um novo Império. Coube a Napoleão a tarefa de consolidar internamente e difundir externamente os ideais da Revolução. Ela havia atingido o auge durante o Terror. A reação veio em 1795 com a implantação do Diretório. Este teve dificuldades para governar, atacado pelos partidários da realeza, que queriam a volta do Antigo Regime, e pressionado pelas cama­das populares, que queriam a volta do Terror.
Alguns diretores resolveram fortalecer o poder do Diretório, conspirando com um líder militar popular, que se havia destacado em guerras da França contra a Itália (1796-1797) e no Egito (1798-1799): Napoleão. Foi ele o escolhido para chefiar o golpe que depôs o Diretório, dissolveu a Assembléia e implantou o regime do Consulado (1799-1802).
Não passava de uma ditadura disfarçada. Em 1804, foi criado o Império, espécie de monarquia vitalícia. Apesar de haver Constituição, Napoleão governou despoticamente. Por algum tempo, a prosperidade resultante das reformas internas e o êxito das guerras permitiram a continuidade do regime. Com os primeiros fracassos militares, seus fundamentos seriam abalados, até a queda em 1814.



Situação de Aprendizagem 4 Independência dos Estados Unidos

A independência dos Estados Unidos serviu como um ponto de referência no processo político e econômico que resultou no fim o antigo regime. Por causa disso desenvolveu-se na América do Norte um tipo de regime político renovado: a República, baseada na democracia representativa.
Os Estados Unidos teve origem com trezes colônias inglesas na América, isto a partir do século XVII. Num período de dois séculos, foi reunido mais de 2 milhões de habitantes. Entre colônias do Norte e do Sul havia grandes diferenças. Isto porque nas colônias do norte, a estrutura administrativa era baseada em uma ocupação de pequenas propriedades e colonos livres; nas do sul, era o oposto: grandes fazendas de produtos tropicais, cultivados por escravos africanos. Mesmo com essas diferenças,e como conseqüência, os vários conflitos resultantes, não impediu a formação de uma nação soberana e unificada.
As colônias do Norte e do Centro tiveram um desenvolvimento bem deferente das do Sul. Nestas regiões predominavam as pequenas e medias propriedades. O trabalho era livre, exercido por colonos que fugiram da Europa por motivos políticos ou religiosos.
Por causa do clima da região, os produtos agrícolas eram semelhantes aos cultivados na Europa, isto gerava pouca lucratividade. Isso enfraqueceu o comércio com a metrópole, pois, não havendo cargas que fossem e viessem da metrópole para colônia e vice e versa, o frete ficava caro. Apesar de proibida a existência de manufaturas, os ingleses permitiriam aos colonos do centro-norte uma certa autonomia econômica.
Manufaturas e policulturas trouxeram desenvolvimento econômico. O excedente logo passou a ser comercializado com as colônias do Sul, abastecidas até então pela metrópole. A região Sul, por ser mais próxima dos trópicos, passou a se especializar no cultivo de produtos como tabaco, anil e algodão, destinados a exportação. O comércio de produtos tropicais dava muitos lucros para a camada dominante. Essa forma de exploração também afetou a estrutura da propriedade e das relações de trabalho. Ali predominavam a grande propriedade, a monocultura e o trabalho escravo.
As atividades comerciais dos colonos do Norte ultrapassaram as fronteiras da nova Inglaterra. Começam a surgir os triângulos comerciais. O de mais destaque foi o que envolvia a exportação de peixe, gado e produtos alimentícios para as Antilhas. Lá, os colonos-comerciantes compravam melaço, rum e açúcar. Em Nova York e na Pensilvânia, transformavam o melaço em mais rum, que trocavam por escravos na África. Estes eram vendidos nas Antilhas ou nas colônias do Sul.
Outro triangulo começava na Filadélfia, Nova York, com carregamentos trocados na Jamaica por melaço e açúcar. Esses produtos eram levados para a Inglaterra e trocado por tecidos e ferragens, que eram trazidos para a Filadélfia.
As leis inglesas de navegação não tinham como proibir o desenvolvimento das colônias do Norte, isto porque estas leis não tinham como ser aplicadas. Mas quando o comercio colonial começou a concorrer com o metropolitano, naturalmente começaram a surgir atritos que resultaram na emancipação das treze colônias.


Situação de Aprendizagem 3 - Iluminismo

O iluminismo foi um movimento global, ou seja, filosófico, político, social, econômico e cultural, que defendia o uso da razão como o melhor caminho para se alcançar a liberdade, a autonomia e a emancipação. O centro das idéias e pensadores Iluministas foi a cidade de Paris. 
Os iluministas defendiam a criação de escolas para que o povo fosse educado e a liberdade religiosa. Para divulgar o conhecimento, os iluministas idealizaram e concretizaram a idéia da Enciclopédia (impressa entre 1751 e 1780), uma obra composta por 35 volumes, na qual estava resumido todo o conhecimento existente até então.
O iluminismo foi um movimento de reação ao absolutismo europeu, que tinha como características as estruturas feudais, a influencia cultural da Igreja Católica, o monopólio comercial e a censura das “idéias perigosas”.
O nome “iluminismo” fez uma alusão ao período vivido até então, desde a Idade Média, período este de trevas, no qual o poder e o controle da Igreja regravam a cultura e a sociedade.
Os principais pensadores iluministas foram:
Montesquieu (1689-1755) – fez parte da primeira geração de iluministas. Sua obra principal foi “O espírito das leis”. Antes mesmo da sociologia surgir, Montesquieu levantou questões sociológicas, e foi considerado um dos precursores da sociologia.
Voltaire (1694-1778) – Critico da religião e da Monarquia, Voltaire é o homem símbolo do movimento iluminista. Foi um grande agitador, polêmico e propagandista das idéias iluministas. Segundo historiadores, as correspondências de Voltaire eram concluídas sempre com o mesmo termo:
Écrasez l’Infâme (Esmagai a infame). A infame a que se referia era a Igreja católica. Sua principal obra foi “Cartas Inglesas”.
Diderot (1713-1784) – Dedicou parte de sua vida à organização da primeira Enciclopédia, sendo essa a sua principal contribuição.
D’Alembert (1717-1783) – Escreveu e ajudou na organização da enciclopédia.
Rousseau (1712-1778) – redigiu alguns verbetes para a Enciclopédia. Suas idéias eram por vezes contrárias as dos seus colegas iluministas, o que lhe rendeu a fama de briguento. Sua principal obra foi “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”.
O movimento iluminista utilizou da razão no combate a fé na Igreja e a idéia de liberdade para combater o poder centralizado da monarquia. Com essa essência transformou a concepção de homem e de mundo.
A partir do iluminismo surgiu outro movimento, de cunho mais econômico e político: o liberalismo.

Situação de Aprendizagem 2 - Revolução Inglesa - "Hobbes E Locke"

A Revolução Inglesa do século XVII representou a primeira manifestação de crise do sistema da época moderna, identificado com o absolutismo. O poder monárquico, severamente limitado, cedeu a maior parte de suas prerrogativas ao Parlamento e instaurou-se o regime parlamentarista que permanece até hoje. O processo que começou com a Revolução Puritana de 1640 e terminou com a Revolução Gloriosa de 1688. 
As duas fazem parte de um mesmo processo revolucionário, daí a denominação de Revolução Inglesa do século XVII e não Revoluções Inglesas. Esse movimento revolucionário criou as condições indispensáveis para a Revolução Industrial do século XVIII, abrindo espaço para o avanço do capitalismo. Deve ser considerada a primeira revolução burguesa da história da Europa no qual antecipou em 150 anos a Revolução Francesa.


Dinastia Stuart
Esta dinastia iniciou-se após a morte da rainha Elisabeth I, em 1603 que ao morrer sem deixar herdeiros, promoveu o início da Dinastia Stuart. 
JAIME I, rei da Escócia (1603-1625). Dissolveu o parlamento várias vezes e quis implantar uma monarquia absolutista baseada no direito divino, perseguiu os católicos e seitas menores, sob o pretexto que os mesmos estavam organizando a Conspiração da Pólvora (eliminar o Rei), em 1605. Muitos que ficaram descontentes começaram a ir para a América do Norte. Os atritos entre o Rei e o Parlamento ficaram fortes e intensos, principalmente depois de 1610. Em 1625, houve a morte de Jaime I e seu filho Carlos I, assumiu o poder. 

CARLOS I, sucessor de Jaime I (1625- 1648). Tentou continuar uma política absolutista, e estabelecer novos impostos no qual foi impedido pelo parlamento. Em 1628, com tantas guerras, o rei viu-se obrigado a convocar o parlamento, este sujeitou o rei ao juramento da “Petição dos Direitos” (2º Carta Magna inglesa) garantia a população contra os tributos e detenções ilegais. O parlamento queria o controle da política financeira e do exército, além de regularizar a convocação do parlamento. A resposta real foi bem clara, a dissolução do parlamento que voltaria a ser convocado em 1640. O rei Carlos I governou sem parlamento, mas ele buscou o apoio da Câmara Estrelada, uma espécie de tribunal ligado ao Conselho Privado do Rei. Também tentou impor a religião anglicana aos calvinistas escoceses (presbiterianos). Isso gerou rebeliões por parte dos escoceses que invadiram o norte da Inglaterra. Com isso o rei viu-se obrigado a reabrir o parlamento em abril de 1640 para obter ajuda da burguesia e da Gentry. Mas o parlamento tinha mais interesse no combate ao absolutismo. Por isso, foi fechado novamente. Em novembro do mesmo ano foi convocado de novo. Desta vez ficou como o longo parlamento, que se manteve até 1653.

Thomas Hobbes

Thomas Hobbes foi um filósofo que nasceu (em Wesport 5/4/1588) e faleceu na Inglaterra (em Hardwick Hall, 4/12/1679). Hobbes ficou sob os cuidados do seu tio, visto que seu pai, um vigário, teve de ir embora depois de participar de uma briga na porta da igreja onde trabalhava. Estudou em Magdalen Hall de Oxford e, em 1608, foi trabalhar com a família Cavendish como mentor de um de seus filhos, a quem acompanhou pelas suas viagens pela França e Itália entre 1608 e 1610. Quando seu aluno morreu, em 1628, voltou à França, desta vez para se tutor do filho de Gervase Clifton. 
Permaneceu na França até 1631, quando os Cavendish o solicitaram novamente para ser mentor de outro dos seus filhos. Em 1634, acompanhado de seu novo aluno, realizou outra viagem ao continente, ocasião que aproveitou para conversar com Galileu Galilei e outros pensadores e cientistas da época. Em 1637, voltou à Inglaterra, mas a situação política, que anunciava a guerra civil, o levou a abandonar seu país e a estabelecer-se em Paris em 1640.
Pouco tempo antes, Hobbes tinha feito circular entre seus amigos um exemplar manuscrito de sua obra: Elementos da lei natural e política, apresentados em dois tratados distintos, foram editados em 1650. Em 1651, abandonou a França e voltou à Inglaterra, levando consigo o manuscrito do Leviatã, sua obra mais conhecida e que seria editada em Londres, naquele ano.
Os contatos que Hobbes teve com cientistas de sua época, que foram decisivos para a formação de suas ideias filosóficas, o levaram a fundir sua preocupação com problemas sociais e políticos com seu interesse pela geometria e o pensamento dos filósofos mecanicistas. Seu pensamento político pretende ser uma aplicação das leis da mecânica aos campos da moral e da política. As leis que regem o comportamento humano, segundo Hobbes, são as mesmas que regem o universo e são de origem divina. De acordo com elas, o homem em estado natural é antissocial por natureza e só se move por desejo ou medo. Sua primeira lei natural, que é a autoconservação, o induz a impor-se sobre os demais, de onde vem uma situação de constante conflito: a guerra de todos contra todos, na qual o homem é um lobo para o homem.
Para poder construir uma sociedade é necessário, portanto, que cada indivíduo renuncie a uma parte de seus desejos e chegue a um acordo mútuo de não aniquilação com os outros. Trata-se de estabelecer um contrato social, de transferir os direitos que o homem possui naturalmente sobre todas as coisas em favor de um soberano dono de direitos ilimitados. Este monarca absoluto, cuja soberania não reside no direito divino, mas nos direitos transferidos, seria o único capaz de fazer respeitar o contrato social e garantir, desta forma, a ordem e a paz, exercendo o monopólio da violência que, assim, desapareceria da relação entre indivíduos.
Em 1655, publicou a primeira parte dos Elementos de filosofia e, em 1658, a segunda parte. Durante os últimos anos de sua vida, fez uma tradução em verso da Ilíada e da Odisséia e escreveu uma autobiografia em versos latinos.



John Locke

Locke teve uma vida voltada para o pensamento político e desenvolvimento intelectual. Estudou Filosofia, Medicina e Ciências Naturais na Universidade de Oxford, uma das mais conceituadas instituições de ensino superior da Inglaterra. Foi também professor desta Universidade, onde lecionou grego, filosofia e retórica. 

No ano de 1683, após a Revolução Gloriosa na Inglaterra, foi morar na Holanda, retornando para a Inglaterra somente em 1688, após o restabelecimento do protestantismo. Com a subida ao poder do rei William III de Orange, Locke foi nomeado ministro do Comércio, em 1696.Ficou neste cargo até 1700, onde precisou sair por motivo de doença. 

Locke faleceu em 28 de outubro de 1704, no condado de Essex (Inglaterra). Nunca se casou ou teve filhos.




APOSTILA 2 . . Situação de aprendizagem 1 - ''Sistemas Coloniais Europeus'' A América Colonial

O Sistema Colonial desenvolveu-se na América entre os séculos XVI e XVIII. Sua formação está ligada às Grandes Navegações e seu funcionamento obedece aos princípios do Mercantilismo. O Mercantilismo não é um sistema econômico, e sim uma doutrina, um conjunto de práticas, de ideias aplicadas sobre o sistema econômico, então conhecido por capitalismo comercial. Sua característica fundamental é o metalismo, que corresponde à ideia de que “quanto mais metal precioso existir dentro do território nacional, mais rico será o país”. É o metalismo que completa as demais características mercantilistas. Em busca do acúmulo dos metais preciosos, os Estados Nacionais tomariam medidas como o princípio da balança comercial favorável, ou seja, ter um índice de exportação sempre maior que o de importação. Esse princípio atrai outro, o do protecionismo alfandegário, que tenta promover a indústria e o comércio nacionais, evitando a concorrência de similares externos. É claro que tais medidas demonstraram claramente o intervencionismo estatal na economia, outra característica das ideias mercantilistas. O industrialismo e o colonialismo completam o quadro mercantilista.
O mercantilismo variou de país para país, na Espanha, senhora de colônias produtoras de metais preciosos, surgiu o mercantilismo metalista. A França, ajustando-se para fornecer manufaturas de luxo à Espanha, desenvolveu o mercantilismo industrial (Colbertismo). Na Inglaterra desenvolveu-se o mercantilismo comercial. A Holanda criou um eficiente mercantilismo comercial e industrial. Portugal foi o país que mostrou maior flexibilidade na prática do mercantilismo. Começou com o mercantilismo comercial, comprando e revendendo especiarias do Oriente, passou para o mercantilismo de plantagem, baseado na produção destinada ao mercado internacional. Com a descoberta de ouro nas Minas Gerais, aderiu ao mercantilismo metalista, e com a crise do ouro, voltou para o mercantilismo industrial.
Como diversos países europeus procuravam acumular metais, bem como proteger seus produtos em busca de uma balança de comércio favorável, ocorreu que a política mercantilista de um país entrava diretamente em choque com a de outro, igualmente mercantilista. Em outras palavras, os objetivos mercantilistas de um eram anulados pelos esforços do outro.
Percebendo o problema, os condutores do mercantilismo concluíram que a solução seria cada país mercantilista dominar áreas determinadas, dentro das quais pudesse ter vantagens econômicas declaradas. Surgiram, então, com grande força, as ideias colonialistas. Seu objetivo básico era a criação de um mercado e de uma área de produção colonial inteiramente controladas pela metrópole.
A partir dessas ideias, foi montado o sistema de exploração colonial, que marcou a conquista e a colonização de toda a América Latina, incluindo o Brasil.
Os conceitos-chave do sistema colonial mercantilsta foram:
•Metrópole – o país dominador da colônia. Centro de decisões políticas e econômicas;
•Colônia – a região dominada pela metrópole. Existiam dois tipos de colônias. As Colônias de Exploração (que a metrópole tem como interesse apenas explorar os recursos naturais delas para enriquecer e levar todo lucro a seu país de origem) e as Colônias de Povoamento (que geralmente eram terras utilizadas para moradia e subsistências dos colonizadores);
•Pacto Comercial – era relação comercial entre a colônia e sua metrópole que garantia a exclusividade dos colonizadores sobre todas as riquezas encontradas ou produzidas nas colônias;
•Monopólio Comercial – foi o instrumento essencial para que a metrópole controlasse a vida econômica da colônia. Com direito exclusivo de realizar comércio com a terra colonizada, a metrópole comprava os produtos da colônia por um preço mais baixo e vendia mercadorias pelo preço mais alto.



Situação de aprendizagem 4 - Interações Culturais

Encontro dos Europeus com os povos da África, Ásia e América



A expansão ultramarina Européia deu início ao processo da Revolução Comercial, que caracterizou os séculos XV, XVI e XVII. Através das Grandes Navegações, pela primeira vez na história, o mundo seria totalmente interligado. Somente então é possível falar-se em uma história em escala mundial.


ASIAA descoberta de um caminho marítimo para a Ásia intensificou os contatos entre os europeus e alguns povos africanos e asiáticos. Ao conhecer essas sociedades, muitas vezes os europeus se surpreendiam. Em 1510, os portugueses conquistaram a cidade de Goa, na costa oeste da Índia, e aí instalaram uma feitoria (fortificação primitiva onde eram armazenadas e comercializadas mercadorias).



“Estamos convencidos de que somos os homens mais astutos que se pode encontrar, e o povo aqui nos ultrapassa em tudo […] Fazem melhores contas de memória do que nós, e parece que nos são superiores em inúmeras coisas, exceto com a espada na mão, a que eles não conseguem resistir.”



Essa declaração demonstra o sentimento de superioridade dos europeus sendo desfeito pela realidade que encontraram na Ásia do século XVI. Naquela época, as sociedades africanas e asiáticas dominavam muito mais conhecimentos e se organizavam de forma muito mais complexa do que os europeus imaginavam.



Marco Polo (1254-1324). Nascido em Veneza (atual Itália), de família de mercadores, escreveu um livro sobre a viagem que teria feito com o pai e o tio à China.
Segundo o relato, os Polo ali chegaram por volta de 1274 e permaneceram na China por dezessete anos, onde descobriram, entre outras coisas o espaguete e a pólvora. De volta a Veneza em 1295, Marco foi capturado por genoveses e preso junto com um escritor que o ajudou a escrever o livro, que fez sucesso mas que muitos consideraram uma história fictícia e não um relato verdadeiro.


CABRAL
Pedro Álvares Cabral fazia parte da tradicional e abastada família portuguesa. Sabe-se que possivelmente nasceu em 1467, no Castelo de Belmonte, em Beira Baixa. Naquele período o comércio terrestre de Portugal passava por um período bastante ruim, fato que o impedia de expandir-se pela Espanha (país inimigo de Portugal). Diante disso, o rei acreditou a que única solução seria o mar.




Portugueses e Índios – o encontroOs índios foram descritos por Pêro Vaz de Caminha como sendo pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos, bons narizes e bem feitos de corpo.
Estavam inteiramente nus, tinham os beiços inferiores furados e metidos neles pedras verdes ou ossos brancos . Os cabelos eram lisos e tosquiados de tosquia alta. Alguns usavam penas pregadas no cabelo, usando cera para fixá-las. Tinham os corpos tingidos, sendo ornamentados com desenhos, geralmente geométricos. As mulheres, também inteiramente nuas, foram consideradas belas.
Tingiam-se de igual maneira, tinham os cabelos compridos e arrancavam os pelos.
Os homens portavam arcos e flechas.
Nicolau Coelho, escolhido por Cabral para estabelecer contato com os indígenas assim que a armada fundeou, fez-lhes sinal para que pousassem as armas, no que foi obedecido. Não pôde haver entendimento por fala, mas foram efetuados os primeiros contatos por via gestual. Houve troca de presentes, recebendo os ameríndios barretes vermelhos, uma carapuça de linho e sombreiro preto; em troca deram aos portugueses um sombreiro de penas vermelhas e pardas, bem como um colar de contas miúdas, que foram levados para bordo e posteriormente enviados a D. Manuel.

Os primeiros portugueses que chegaram ao Brasil, mantiveram um contato amistoso com os índios, pois precisavam deles para trabalhar na extração do pau-brasil e para defender o litoral dos contrabandistas, principalmente franceses.

Mas, com o aumento do número de portugueses, as relações do branco com o índio foram se tornando críticas, os índios reagiram porque os portugueses roubavam-lhes as terras, atacavam suas mulheres, tiravam-lhes a liberdade e transmitiam-lhes doenças, algumas vezes causando a morte de todos os habitantes de uma aldeia.

Apesar da resistência, milhares de índios foram escravizados no período colonial pelos portugueses, que usavam armas de fogo para dominar as populações indígenas. Nessa época, os portugueses escravizaram os índios para forçá-los a trabalhar na lavoura canavieira e na coleta de cacau nativo, baunilha, guaraná, pimenta, cravo, castanha-do-pará e madeiras, entre outras atividades.

Não foi apenas no Brasil que os portugueses mataram índios. Também na África e na Ásia eles foram responsáveis pela morte de milhares de seres humanos.

Dos aproximadamente 4 milhões de índios que habitavam o Brasil na época da chegada de Cabral, restam hoje mais ou menos 200 mil, sobrevivendo em condições precárias e sob constante ameaça, principalmente dos garimpeiros e exploradores de terras.

PELA COSTA AFRICANA
A expansão portuguesa começou em 1415, com a tomada de Ceuta, importante centrocomercial dominado pelos muçulmanos no norte da África.


Em seguida, Portugal ocupou as ilhas de Madeira, Açores e Cabo Verde, no oceano Atlântico.
Aí, a colônia portuguesa realizou uma experiência de colonização, implantando o cultivo de cana-de-açúcar. Essa experiência serviria mais tarde de modelo para a ocupação das terras americanas.
A expansão estendeu-se ao longo do litoral africano, onde os portugueses obtinham produtos como pimenta, ouro e marfim.



Lembramos da história da áfrica, apenas como um continente explorado, pelo comércio de pessoas desalmadas, e que eram tratadas até como criaturas divinas, mas esquecemos de uma civilização rica em cultura, em línguas em costumes, em culinárias, organização social e política, que influencia e está presente na nossa cultura, de uma troca de escravos que vieram e alguns que voltaram e permitiram de certa forma uma globalização de mercado entre o triângulo da navegação, Brasil – África e Inglaterra – Portugal e Espanha.

INTERCÂMBIOS ENTRE A ÁFRICA E A EUROPA
Mesmo antes das Grandes Navegações européias, o continente africano já era conhecido pelos europeus, principalmente a parte que hoje chamamos de "África Branca". Os primeiros contatos entre cristãos e negros ocorreram por intermédio dos muçulmanos, que realizavam trocas de mercancia entre os dois "povos".

Com as navegações, que têm Portugal como o seu pioneiro, a África Negra que até então mantinha contato com o resto do mundo por meio dos muçulmanos, tem seu isolamento rompido e passa a constituir uma importante praça de trocas, onde o principal produto exportado eram os africanos. É importante lembrar que essas trocas que consistiam principalmente em ferro, pano, aguardente, cavalos e armas acabaram se tornando de extrema importância para o continente africano.
Desde 1440, o comércio de escravos já era visto como bem lucrativo para os portugueses, sendo que em 1448 se estabelece em Arguin um "comércio regular" que consistia na troca de bens contra humanos.Em 1474, Portugal tem o monopólio sobre o tráfico de escravos.
Como podemos observar, antes mesmo da descoberta do Novo Mundo a escravidão africana já era muito conhecida e utilizada na Europa, bem como já se encontrava vinculada à expectativa de se obter uma produção em larga escala de certas colheitas úteis.


POVOS AMERINDÍOS
Índio, indígena ou nativo americano são nomes dados aos habitantes humanos da América antes da chegada dos europeus, e os seus descendentes atuais.
O termo "índio" vem do fato de que Cristóvão Colombo, quando chegou à América, estava convencido de que tinha chegado à Índia Por essa razão também, ainda hoje se refere às ilhas do Caribe como Índias Ocidentais.

Mais tarde, estes povos foram considerados uma raça distinta e também foram apelidados de peles vermelhas.
O termo ameríndio é usado para designar os nativos do continente americano, em substituição às palavras "índios", "indígenas" e outras consideradas preconceituosas.

CRISTOVÃO COLOMBO


Navegador italiano (1451-21/5/1506). Nasce em Gênova e, desde cedo, decide dedicar-se à navegação. Em 1476, seu navio naufraga na costa portuguesa e ele se salva a nado, estabelecendo-se em Lisboa, onde se casa com a filha de um navegador.

Convencido da esfericidade da Terra, propõe à Coroa portuguesa chegar às Índias viajando rumo ao Ocidente.
Como a proposta é recusada, em 1485 dirige-se à Espanha e oferece seu projeto aos reis Fernando e Isabel, que aceitam patrocinar a viagem.
Parte em 3 de agosto de 1492 com as caravelas Santa Maria, Pinta e Niña e em 12 de outubro chega ao arquipélago das Bahamas.

Sem se dar conta que havia aportado em um novo continente, depois chamado de América, acredita ter alcançado as Índias. Chega, a seguir, às ilhas de Cuba e de Hispaniola (atualmente o Haiti e a República Dominicana). Um ano depois retorna à Espanha, onde é acolhido triunfalmente e nomeado vice-rei da nova colônia.
Faz mais três viagens à América, em 1493, 1496 e 1498.

Interação entre os europeus e os nativos americanosApesar de os vikings, ou nórdicos, aparentemente. terem explorado e estabelecido bases nas costas da América do Norte a partir do século X e terem aí deixado marcas, como a runa de Kensington, estes exploradores aparentemente não colonizaram a América, limitando-se a tentar controlar o comércio de peles de animais e outras mercadorias da região.



Runa de Kensington :
"(Nós somos) 8 godos [suecos] e 22 noruegueses em (uma) viagem de exploração de Vinland através do Oeste. Tínhamos acampado junto de (um lago com) dois skerries [ilhas rochosas] a um dia de jornada para o norte a partir desta pedra. Andamos (por fora) e pescamos um dia. Depois de voltarmos ao acampamento encontramos 10 (dos nossos), AV(e) M (aria) salvai (nos) do mal. Dez do (nosso grupo) (estão) perto do mar olhando por nossos navios [ou navio] a 14 dias de viagem desta ilha. Ano 1362." 

Por outro lado, a colonização européia das Américas mudou radicalmente as vidas e culturas dos nativos americanos. Entre os séculos XV e XIX, estes povos viram as suas populações devastadas pelas privações da perda das suas terras e animais, por doenças e, em muitos casos por guerra. O primeiro grupo de nativos americanos encontrado por Cristóvão Colombo, estimado em 250 mil aruaques do Haiti, foram violentamente escravizados e apenas 500 tinham sobrevivido no ano 1550; o grupo foi extinto antes de 1650.

No século XV, os espanhóis e outros europeus trouxeram cavalos para as Américas e alguns destes animais escaparam e começaram a reproduzir-se livremente. Ironicamente, o cavalo tinha originalmente evoluído nas Américas, mas extinguiu-se na última idade do gelo. A re-introdução do cavalo teve um profundo impacto nos nativos americanos das Grandes Planícies da América do Norte, permitindo-lhes expandir os seus territórios, trocar produtos com tribos vizinhas e caçar com mais eficiência.

Os europeus também trouxeram com eles doenças contra as quais os nativos americanos não tinham imunidade, tais como a varicela e a varíola que, muitas vezes são fatais para estas pessoas. É difícil estimar a percentagem de nativos americanos mortos por estas doenças, mas alguns historiadores estimam que cerca de 80% da população de algumas tribos foi extinta pelas doenças européias.
CAUSAS DAS NAVEGAÇÕES
Inicialmente os europeus comerciavam com o Oriente pelo Mediterrâneo. As mercadorias orientais mais procuradas eram as drogas e as especiarias da Índia (pimenta, cravo e canela), os tecidos da Pérsia e os objetos de porcelana fabricados na China.

Outra causa foi o desenvolvimento da arte da navegação verificado nessa época, que é a do início da Idade Moderna: tornara-se conhecida na Europa a bússola, inventada pelos chineses e que serve para a orientação; foi inventado o astrolábio, destinado a indicar a latitude, dando a posição do navio em qualquer parte do mundo e, finalmente, surgiu ura novo tipo de barco, a caravela, leve e rápida, própria para’ longas viagens. Ainda nessa ocasião inventou-se a vela triangular ou latina, com a qual se podia navegar com o vento em qualquer direção.

Também como causa importante das navegações cita-se o sentimento religioso: os soberanos dos países da Europa queriam converter os povos do Oriente e ordenavam aos sacerdores que seguissem nas expedições. É por isso que a esquadra de Cabral conduzia vários frades franciscanos; um deles, frei Henrique Soares, de Coimbra, rezou no Brasil as duas primeiras missas

O que é Globalização?


É a interligação do mundo. No século XX, surgiram novas tecnologias, como a internet que permite a troca rápida de informações entre pessoas de todas as partes do planeta. O que acontece na globalização é a invasão de mercadorias, serviços, tecnologias, pessoas, etc., de várias partes do mundo em diversos lugares e vise e versa.

Esse processo atual de globalização nada mais é do que a mais recente fase da expansão capitalista. Tal expansão visa aumentar os mercados e, portanto, os lucros, que é o que de fato move os capitais, produtivos ou especulativos, na arena do mercado. As guerras que sempre foram de caráter bélico, na idade contemporânea é cada vez mais econômica e o campo de batalha é o mercado mundial, altamente globalizado. A invasão atual muitas vezes se dá instantaneamente, on-line, via redes mundiais de computadores.